Prezados,
É com grande alegria que
escrevo este post para relatar a primeira reunião ordinária da Confraria Baiana
da Cerveja. Após alguns encontros para construção do regimento, realizamos no
último dia 9/7/ (2ª segunda-feira do mês) nossa primeira reunião para degustação de cervejas (um dos três
objetivos da Confraria). Escolhemos para este evento os estilos bock – uma cerveja de origem alemã, de
baixa fermentação, corpo e álcool médio a forte que tradicionalmente é
associado ao inverno e primavera. Em seu sabor e
aroma predominam dulçor inicial e amargor com leve acidez no final. Notas de
castanha e tostado são mais comuns.
Antes do encontro pudemos
fazer cotação com alguns fornecedores e buscar o melhor preço para comprarmos
as cervejas. O resultado foi uma seleção com as seguintes cervejas degustadas
nesta ordem:
1- Fruhilings bock
2- Petra Bock
3- Baden Baden bock
4- Bamberg bock
5- Paulaner Salvator
Podemos dizer com
empolgação que foi um momento maravilhoso! Percebemos claras diferenças entre
as marcas e seus subestilos. Estávamos em 11 dos 13 confrades e ao final
realizamos uma enquete para elegermos as preferidas da noite.
Algo muito importante na
hora de fazer degustação de uma cerveja é seguir critérios técnicos para
potencializar a percepção das características organolepticas de cada estilo e
rótulo. Decidimos utilizar o roteiro de degustação do Brejas ( http://www.brejas.com.br/guia-cervejas.shtml
) que já é bastante
utilizado no Brasil e resume bem as principais características possíveis nos
estilos disponíveis por aqui. Além disso, seguimos uma seqüência de modo que
uma cerveja não interferisse muito na outra (seqüência evolutiva dos estilos
menos para os mais marcantes). Fizemos ainda uma leitura previa das principais
características da bock - utilizamos como referência as pg. 178 a 180 do
Larousse da Cerveja (Mourado, 2009).
A primeira cerveja
degustada foi a Fruhilings bock, da
cervejaria alemã Flensburg. Uma helles bock (ou maibock). De cor clara, creme
pequeno, branco e fugaz este exemplar foi uma boa cerveja que agrada bastante.
Aroma predominante de cereal e sabor doce. Esperávamos mais característica de
lúpulo, conforme determina este estilo de bock, mas realmente este quesito é o
ponto fraco desta breja. Notas de massa, biscoito, aveia e mel são
perceptíveis. Outra característica positiva foi decorrente da maturação mais
longa do que o convencional para outras cervejas, resultando em um líquido calmo,
dourado com leve turbidez. Uma cerveja bem equilibrada.
Em seguida degustamos a Petra Bock, da cervejaria brasileira
Petrópolis (a mesma que detém a marca popular Itaipava). Pudemos perceber que
se trata de uma cerveja mais simples em relação às demais. Com um creme médio e
bege, cor avermelhada, aroma com intensidade média que remete à caramelo, castanha
torrada, levemente amadeirado. Sabor doce e ácido moderados. Uma cerveja
cremosa e previsível com final ácido do malte torrado. Percebemos um aroma indesejado
de papelão, especialmente após a temperatura atingir a faixa de 5 – 8 ºC. Por
fim, concluímos que há uma artificialidade no sabor, talvez por conta dos
conservantes, algo incomum em uma cerveja verdadeiramente artesanal.
A terceira cerveja
degustada foi a Bock da Baden Baden, cervejaria integrante do
grupo Schin (hoje incorporada à japonesa Kirin). Uma cerveja marcante e
saborosa, com ótima aparência tanto no líquido (vermelho encorpado à marrom) quanto
no creme (grande e duradouro). Aroma intenso de café e tostado, leve toque de
lúpulo e cítrico. Alguma nota de vinho do porto ameixa e madeira – que nos
lembra cerveja escura com maturação longa. Sabor amadeirado médio e corpo de leve
a médio. Uma cerveja cremosa e saborosa.
A última cerveja avaliada
(não a última degustada na noite!) foi a Bambergerator
da microcervejaria brasileira Bamberg.
Trata-se de uma doppelbock com creme médio e cor rubi que lembra um vinho tinto.
Aroma intenso de caramelo e toffee. Notas de uva ameixa e madeira são comuns
também - alguns confrades perceberam nota de defumado. No sabor há equilíbrio
entre o ácido, doce e amargo, com duração marcante.
Continuamos a degustação (extra
oficial) com mais duas cervejas sensacionais! A Paulaner Salvator e a Bamberg
St. Michael. Estas duas serão comentadas eu um outro momento. Por enquanto,
só podemos exaltar a qualidades destes exemplares de doppelbock e weizenbock
respectivamente, sensacional! Que noite!
Quando todos pensavam que já acabara e alguns confrades já ira embora, alguém tocou no assunto de cerveja à temperatura ambiente! Então resolvemos beber (direto da prateleira) uma Punk IPA da Brew Dog (que não tinha nada a ver com a proposta da noite), mas foi surpreendente como uma excelente cerveja continua excelente mesmo sem ir à geladeira!!
Até a próxima?