quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eventos no Empório Mata Branca - 03

Carnaval sem monopólio


O Carnaval é uma festa que sempre teve como uma de suas características centrais a diversidade: pessoas de todos os lugares, de todas as classes, vários ritmos, vários dias de festa, muitas fantasias, várias cervejas... opa!!! Várias cervejas? Bom, hoje isso tudo já é contestável, seja pelos camarotes e cordas ou pelo monopólio de uma cervejaria (que neste ano é feito pela Schin). Vez em quando percebemos duas ou até três marcas reinando na festa, mas não se engane, em geral é do mesmo grupo!




Bem, longe deste monopólio, esteve, o Empório, aberto todos os dias do Carnaval aguardando aqueles que, assim como nós, também permaneceram em Conquista. E passaram muitas pessoas por lá, algumas até com destino certo para o carnaval (Salvador, Ilhéus, Rio de Contas etc.), mas incluíram o Mata Branca no seu roteiro indo ou voltando da folia!

Durante todos os dias de carnaval recebemos pessoas, não para fazer festa, mas degustar cervejas de diversos estilos, marcas, origens e propostas.

Igor e Fernanda comemorando
conosco a vinda para Conquista
(em alto estilo com a Monasterium)
Cesar e família dividindo nosso
pequeno espaço com Luiz e
outros clientes
Ricardo não bebeu isso tudo não!
Ele apenas saiu ao fundo.

Mas no final, virava tudo uma grande festa mesmo! Sem monopólio! Na trilha sonora, Luiz Caldas, Moraes Moreira, Banda Mel, Cheiro de Amor, Netinho, Olodum, mas também Elomar, Blus Etílicos, Xangai, etc.

Tivemos também o nosso grito de carnaval no dia 11/02 com a turma de Mazo, Nara, Magali, Júnior, Mozart (...) com direito a músicas clássicas dos carnavais antigos de Salvador e do Recôncavo. O curioso é que nada disso foi combinado com antecedência! O planejado foi fazer uma harmonização de cervejas com a maniçoba (espécie de feijoada onde não há feijão, mas sim folha de mandioca - http://pt.wikipedia.org/wiki/Mani%C3%A7oba), que Júnior tinha trazido de Castro Alves (minha terra!). Para acompanhar, servimos umas Mata Branca weiss, e as Bambergs Rauchbier e Munchen – sendo que esta última combinou melhor com este prato típico do Brasil, forte e de sabor marcante. Mas parece que a iguaria do meu conterrâneo Cabeleira, além de divina (a melhor que já comi) era inspiradora! E a turma animou! Cantaram, dançaram e até ensaiaram gritos de guerra de um bloco carnavalesco criado ali mesmo, naquela hora e que já promete “botar pocando” no ano que vem! E foi chegando gente...

Outras turmas surgiram no período e cada uma fez, ao seu modo, um carnaval. Mas o reinado mesmo foi das cervejas! Falke Bier Weiss, Bierlande Pale Ale, Backer Pilsen, Colorado Appia, Bambergs Hells e Schwarzbier foram algumas das mais apreciadas.

Wesley, Rodrigo e turma curtindo
Monastérium e Bamberg pilsen
Mazo e seu amigo Joinha foram de
Appia, Alvimar e Ricardo de Falke IPA 

Dias ensolarados, boas cervejas, a turma que a gente gosta e um bom papo! Até que o Carnaval não foi tão ruim para quem não viajou! Obrigado a todos!

         
Bel e Luciana brindando com uma
Mata Branca Weiss (pena que acabou!)
Algumas das queridinhas do Carnaval






No próximo mês daremos início ao calendário de eventos do  Empório Mata Branca e, para começar faremos um workshop de degustação de cervejas alemãs. Em breve divulgaremos de forma mais precisa.











quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Diferenças e semelhanças entre Chopp e Cerveja

Alguns clientes do Empório Mata Branca têm nos perguntado sobre o chopp e o texto que segue é nossa tentativa de reduzir algumas dúvidas. Como sempre, esperamos contribuições dos leitores para validar mais e complementar as informações que seguem. Antes quero frisar que falaremos apenas do estilo de chopp mais comum no Brasil, que é o chopp leve, claro, refrescante ou pilsen.

Então, o que é afinal o chopp e como ele se diferencia da cerveja?

Bem, assim como acontece com as cervejas há muitos mitos e histórias engaçadas sobre o chopp. Mas vamos começar pelo mais básico e importante: a definição técnica convencional.

Literalmente, o chopp é a cerveja não pasteurizada, ou, se preferir, a cerveja é o chopp pasteurizado. (processo desenvolvido em 1864 pelo químico francês Louis Pasteur e cuja utilização é largamente feita na indústria, especialmente em cervejas e leite) O processo que faz o chopp e os ingredientes são os mesmos da cerveja até as últimas etapas quando, depois de um processo de maturação em tanques apropriados, a bebida segue para o envase em garrafas e latas – se for para ser servida como cerveja; e para os barris – se for chopp. Daí para frente o tratamento se diferencia, as garrafas vão para uma câmera de pasteurização na qual recebem vapor quente (em torno de 70ºC) por uns 10 minutos e, em seguida são resfriadas à temperatura ambiente. Este “choque térmico” faz com que a cerveja ganhe mais estabilidade microbiológica, pois inativa (mata) as leveduras e evita que a bebida continue fermentando na garrafa. Já com o barril é o oposto, são submetidos imediatamente à câmeras frias com temperatura controlada em torno de 10°C para que a levedura fique adormecida no fundo (as leveduras possuem uma faixa específica de temperatura na qual elas trabalham, abaixo disso elas decantam e ficam adormecidas).

Bom, acontece que existem outras variáveis que interferem na qualidade e características do chopp. Podemos distinguir estas variáveis em dois grupos: um relativo ao que ocorre ou pode ocorrer ainda dentro da fábrica e outro fora, envolvendo transporte, acondicionamento e serviços. Dentro da fábrica pode ocorrer de uma marca optar por realizar filtração microbiológica para reter as leveduras sem precisar pasteurizar. Isso torna o chopp bem leve e transparente. Além disso, algumas marcas adicionam adjuntos como antioxidante, estabilizantes e conservantes (muito utilizados em cervejas, exceto nas artesanais, e servem, juntamente com a pasteurização, para dar padrão e uma vida mais longa à bebida). Ultimamente a maioria das cervejarias que produzem para o mercado mais popular (cerveja e chopp convencional) têm utilizado um processo chamado “flash pasteurização”, que é uma pasteurização parcial na qual a bebida é aquecida e resfriada rapidamente para aumentar sua estabilidade. Desta forma, estão colocando por terra a diferença técnica entre o chopp e a cerveja no que se refere ao conceito mais clássico (a pasteurização). Ou seja, do ponto de vista tradicional o que sai de algumas fábricas dentro dos barris nem é cerveja nem é chopp!

Já fora da fábrica tem uma série de outras variáveis que podem determinar se vale a pena ou não tomar o chopp: a primeira e mais importante diz respeito ao transporte e guarda dos barris. O ideal é beber o chopp na fonte, o mais próximo possível do tanque de maturação, sem submetê-lo a chacoalhamento nem oscilação de temperatura – lembre-se que o chopp é muito perecível e sensível, pois contém leveduras no seu interior. Se ele é transportado, deverá ser em caminhões refrigerados (à 10ºC positivos) e por pouca distância. Ao chegar a seu destino deverá ser armazenado em câmeras com temperatura controlada. Caso uma determinada marca não se preocupe com estas questões é provável que no barril não esteja mesmo um chopp e sim uma “cerveja na pressão” como é chamado o chopp que sofre pasteurização. No Bar, os fatores mais importantes são a assepsia da chopeira e dos copos e, claro, a forma como o chope é tirado!
  
Geralmente o chopp é envasado em barril e extraído por chopeiras. Já a cerveja geralmente é envasada em garrafas e latas. Mas pode ocorrer o contrário, você beber um chopp engarrafado (uma cerveja com levedo vivo) ou uma cerveja embarrilada. Algumas cervejarias artesanais não pasteurizam suas garrafas, o que caracteriza o produto como chopp, mesmo engarrafado!

E o chopp que bebemos por ai nos bares e shoppings, é realmente chopp ou cerveja? 
 
É complicado responder a esta pergunta, primeiro porque nenhuma empresa grande vai revelar as suas manobras para tornar o produto mais estável sem perder cliente nem burlar a legislação que regulamenta a produção de bebidas e as que garantem o direito a informações para o consumidor. Por outro lado, nós consumidores, não somos muito exigentes e conhecemos ainda pouco sobre as características organolépticas do chopp e não exigimos produtos de melhor qualidade. Assim, não sabemos quando estamos bebendo chopp ou cerveja embarrilada. Muita gente não consegue distinguir nem mesmo se o chopp realmente está fresco ou com algumas alterações por validade ou transporte e acondicionamento inadequado. Sabemos que algumas marcas são bem criteriosas quando o assunto é seu chopp, respeitando todos os requisitos de logística de transporte e acondicionamento, exigem garçons treinados na arte de tirar chopp etc antes de autorizar um estabelecimento a comercializar o produto, já outras, nem tanto.


Dicas para degustar um bom chopp

Tente conhecer um pouco sobre a empresa que o produz, qual sua proposta, parâmetro de qualidade, preocupação com o consumidor, tradição na produção de chopp etc.

Tente se informar sobre a localização da unidade que produz o chopp (lembre-se que quanto mais próximo da fonte, melhor o chopp);

Tente saber qual o estilo do chopp (pilsen, weiss, stout... não se contente em saber se o chopp é escuro ou claro). Se você já conhece o chopp, ótimo, pule esta parte;

Nunca peça chopp sem espuma! Isso arrasa com o bichinho!! (peça ao garçom um chopp bem servido!). a espuma ou creme conserva o frescor do chopp, seus aromas e a temperatura além de evitar a perda rápida do gás.

Antes de beber, cheire e olhe a caneca cheia. Verifique se tem um aroma azedo que te lembre uma fruta em decomposição ou algo similar. Se estiver assim, verifique se estas características são perceptíveis também na boca. Caso afirmativo, o barril já foi aberto a mais de um dia – não quer dizer que o chopp está estragado, pode indicar apenas que ele não é fresco como deve ser. Se o azedo percebido for acentuado e a aparência do líquido estiver ruim (como, em geral, se encontra em Conquista chopp claro e filtrado, a aparência normal dele é bem límpido, claro, quase transparente), ou o choppe está estragado ou não fizeram a manutenção da chopeira corretamente, acumulando resíduos nos dutos e conexões. Neste caso você deve reclamar ao garçom.

Aprecie o seu chopp (sempre com moderação), tentando identificar suas características: que cheiro ele tem? Qual o sabor predominante? Ele é doce, amargo, azedo, salgado? Te lembra flor, erva, cereal, café, biscoito, baunilha? Ele tem algo natural ou artificial? É um líquido leve e ralo ou consistente e cremoso? É gostoso ou aguado?

O próximo passo é você degustar cohopp de outra marca e comparar!

Algumas curiosidades sobre o chopp! (conteúdo pescado de alguns outros blogs como Brejas e que não cito por não lembrar)
 
1) Chopp é mais leve que cerveja?
Não. Por ser mais fresco e ter menos gás (parte do gás se perde quando o chopp passa pela serpentina da chopeira), a pessoa tem a impressão de que o chopp é mais leve. Mas a fórmula é a mesma.

2) Chopp cria barriga?
Sim. Um copo de 300ml de chopp tem entre 100 e 120 calorias, o mesmo que um suco de laranja. A diferença é que ninguém toma 10 sucos na mesma noite!!

3) A diferença do chope mais escuro para o mais o claro: a adição de caramelo de milho - corante que deixa um sabor adocicado.
4) Dois dedos de espuma são fundamentais para reter o aroma e evitar a liberação do gás carbônico.


Obrigado! Aguardamos vocês no Empório Mata Branca para continuarmos este papo! Quem sabe não coincide de termos um Chopp Mata Branca engarrafado para molhar as palavras!